O
sacramento do Matrimônio é chamado sacramento a serviço
da comunhão e da missão, por conferir uma graça especial para a
missão particular na Igreja com relação à edificação do povo de Deus,
contribuindo em especial para a comunhão e para a salvação dos
outros. O homem e a mulher foram criados por Deus com uma igual dignidade como pessoas humanas e, ao mesmo tempo, numa complementaridade recíproca como masculino e
feminino. Deus quis que fossem um para o outro, para uma comunhão de
pessoas. Juntos são também chamados a transmitir a vida humana, formando
no matrimônio uma só carne (cf. Gn 2, 24).
O
Matrimônio participa desta dinâmica de serviço para a santificação. O
Senhor, que é amor e criou o homem por amor, chamou-o a amar. Ao criar o
homem e a mulher, chamou-os, no Matrimônio, a uma íntima comunhão de
vida e de amor entre si, de modo que já não são dois, mas uma só carne
(cf. Mt 19,6). Abençoando-os, Deus disse-lhes que fossem fecundos e se
multiplicassem (cf. Gn 1,28).
Esse
sacramento se realiza diante de uma promessa entre um homem e uma
mulher, prestada diante de Deus e da Igreja, aceita e selada pelo Senhor
e concluída pela união corporal do casal. Porque é o próprio Altíssimo
quem dá o laço do Matrimônio sacramental e o mantém unido até a morte de
um dos consortes. São necessários três elementos para a realização do
Matrimônio: o consentimento, a concordância com uma união por toda a
vida e apenas com o consorte, e por fim, a abertura aos filhos. Sendo a
mais profunda a consciência do casal de que são uma imagem viva do amor
entre Cristo e a Igreja.
O
sacramento do Matrimônio gera entre os cônjuges um vínculo perpétuo e
exclusivo. O próprio Deus sela o consentimento dos esposos. Primeiro,
porque corresponde à essência do amor se entregar mutuamente sem
reservas. Depois, porque ele é imagem da incondicional fidelidade de
Deus à Sua criação. Finalmente, porque ele representa a entrega de
Cristo à sua Igreja até à morte de cruz.
Portanto, o Matrimônio concluído e consumado entre batizados não pode ser dissolvido.
Esse sacramento confere também aos esposos a graça necessária para
alcançar a santidade na vida conjugal e para o acolhimento responsável
dos filhos e a sua educação. A união matrimonial é, muitas vezes,
ameaçada pela discórdia e pela infidelidade por causa do pecado
original, que provocou também a ruptura da comunhão do homem e da
mulher, dada pelo Criador. Todavia Deus, na Sua infinita misericórdia,
dá ao homem e à mulher a Sua graça para que possam realizar a união das
suas vidas segundo o desígnio originário d'Ele.
O
adultério e a poligamia são pecados gravemente contrários ao sacramento
do Matrimônio porque estão em contradição com a igual dignidade do
homem e da mulher e com a unicidade e exclusividade do amor conjugal;
assim como a rejeição à fecundidade, que priva a vida conjugal do dom
dos filhos; e o divórcio, que se opõe à indissolubilidade. A fidelidade
absoluta no Matrimônio, mais do que ser um testemunho do esforço humano,
remete à fidelidade a Deus, que está presente, mesmo quando nós, na
questão da fidelidade, O traímos e nos esquecemos d'Ele. A Igreja admite
a separação física dos esposos quando, por motivos graves, a sua
coabitação se tornou praticamente impossível, embora se deseje a
reconciliação deles. Mas eles, enquanto o cônjuge viver, não estarão
livres para contrair uma nova união, a menos que o Matrimônio seja nulo e
como tal seja declarado pela autoridade eclesiástica.
Jesus
Cristo não só restabelece a ordem inicial querida por Deus, como também
dá a graça ao casal de viver o Matrimônio na nova dignidade de
sacramento, que é o sinal do Seu amor esponsal pela Igreja: "Vós maridos
amai as vossas mulheres, como Cristo amou a Igreja" (Ef 5,25). O
Matrimônio não é uma obrigação para todos. Deus chama alguns homens e
mulheres a seguir o Senhor Jesus mantendo-se virgens ou sendo
celibatários pelo Reino dos céus, renunciando ao grande bem do
Matrimônio para se preocuparem unicamente com as coisas do Senhor e para
procurarem agradar-Lhe, tornando-se assim sinal do absoluto primado do
amor de Cristo e da ardente esperança da Sua vinda gloriosa.
Tão
grande é o valor desse sacramento que a família cristã é chamada de
"Igreja doméstica" por manifestar e realizar a natureza de comunhão e
família da Igreja como família de Deus. Cada membro, a seu modo, exerce o
sacerdócio batismal, contribuindo para fazer da família uma comunidade
de graça e de oração, escola das virtudes humanas e cristãs, lugar do
primeiro anúncio da fé aos filhos.
Portanto,
de acordo com a ordem de São Paulo os “Maridos, devem amar as mulheres,
como Cristo amou a Igreja e Se entregou por ela” (Efésios 5, 25). Nesse lindo sacramento do Matrimônio o casal possui a oportunidade de se doar inteiramente um ao outro,
entregando sua vida por amor, à semelhança do próprio Senhor. O beato
João Paulo II definiu sabiamente o amor do casal celebrado nesse
sacramento, para ele este dom é, acima de tudo, um assumir para si o
futuro do outro como seu; esta é a via de santidade por meio do
Matrimônio. Desta forma, casar-se significa confiar mais na ajuda de
Deus que nas próprias reservas do amor, e certamente na fidelidade ao
Senhor pelo sacramento o casal obtém a santificação um do outro pelo
amor.
FONTE: Canção Nova
Partilhado por: Ederson Léo
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